segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dei-me o direito de tirar impressões!



Uma dura semana de trabalho, de mudanças, de alegrias, de expectativas, de decepções e, sobretudo, de oportunidades fazem com que no mínimo tenhamos algo para contar. Impressões que extraímos do útero da Hp da vida.

Acredito que vivo um "pular o muro" da vida. Sinto-me cada vez mais saindo do que podemos considerar de adolescência e a me formar como homem. @MarinhoClara teria a palavra perfeita para esse estado, mas me foge a memória. Hoje em dia sou mais respondão, sei o que quero, sinto a obrigação de cobrar, pois sou muito cobrado. E essa semana, com tantas mudanças no quadro social, político, amoroso me fazem refletir e quero compartilhar algumas desses devaneios com todos vocês.

Todos tem o total direito de não concordar, porém jamais me tirarão o mérito de dizer.

Primeiro, o processo eleitoral do país só me choca. Ouvir um depravado mental dizer que José Serra tem propostas, ou que Dilma Rousseff representa a mudança me fez me sentir um grande penico. Será que estou sozinho nesse mundo onde bonecos de plástico aparecem em telas em preto e branco e você, por uma fajuta honraria democrática tem que decidir o que é menos pior para a terra que você ama? 

Minha vida profissional também me fez repensar muita coisa. Sou muito bom às vezes para fazer uma coisa tão trivial. Porém não me sinto financeiramente motivado a me esforçar e me dedicar. Amo a comunidade que sirvo, mas preciso estar excitado a levar o maior prazer à ela. Será que está na hora de fugir?

Sinto meu corpo pulsar. Pulsar em busca de outro que me complete. Só na cama? Ou também na pilha de louça suja? Quero amar ou só desepejar um gozo que me deprimirá na manhã seguinte?

Pessoas. Quanto mais melhor? É importante estar em todas as rodas e voltar para casa sozinho ou sair sozinho e voltar para seu canto com a riqueza e o encanto do peculiar.

Devo acreditar na minha arte? Se é que tenho alguma.

Não temer mais o amor, ou a falta dele. Falo desse amor umbilical. Tipo de mãe para filho. Segundo li em algum lugar o amor é inseparável, é o sentimento mais nobre, é o nó que liga o homem à irracionalidade. Mas se tão soberano, por que temer estar sem ele?

Você prioriza o quê? Seus interesses ou o interesse do coletivo? É melhor eu ir com a camisa azul ou uma regata? Por que tanta trivialidade, burocracia e misticismo nesse mundo?


Descobri que Deus existe. Aliás, reafirmei uma verdade máxima. Pode ser Alá, Jeová, Buda, Inri Cristo, Britney Spears. Não interessa o nome, Ele existe até para quem não acredita que ele exista. A questão está em: será que o teu Deus é tão limitado que se importaria em te dar um abraço quando você erra? Beber uma cerveja e ouvir os teus problemas? Colocar uma comédia papelão para tirar um sorriso de um filho amado?


Peço solenes desculpas àqueles que achavam que as impressões prometidas nesse texto trariam verdades ou até conselhos. O melhor amigo não é aquele que lhe dá as respostas certas, mas o que faz as perguntas mais constrangedoras. 


Sou sábio o bastante que existem zilhões de problemas nesse planeta, com a nossa arte, com a nossa razão social, com a distribuição de papéis nesse mundo. Mas enquanto não nos engajarmos a observar e formular as perguntas coerentes não conquistaremos o desenvolvimento. Isso mesmo, como naquele comercial do Canal Futura. Mas a vida não é a emblemática questão dessa propaganda. Existir é mais complexo e a consequência do que fazemos dura 30 segundos, e mais 30 segundos, e mais 30 segundos...


Espero, do fundo do meu coração, que esse texto psicodélico e essas impressões tumultuosas tenham te deixado inquieto. O homem se faz mais interessante neste estado.


C'est fini!