segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dei-me o direito de tirar impressões!



Uma dura semana de trabalho, de mudanças, de alegrias, de expectativas, de decepções e, sobretudo, de oportunidades fazem com que no mínimo tenhamos algo para contar. Impressões que extraímos do útero da Hp da vida.

Acredito que vivo um "pular o muro" da vida. Sinto-me cada vez mais saindo do que podemos considerar de adolescência e a me formar como homem. @MarinhoClara teria a palavra perfeita para esse estado, mas me foge a memória. Hoje em dia sou mais respondão, sei o que quero, sinto a obrigação de cobrar, pois sou muito cobrado. E essa semana, com tantas mudanças no quadro social, político, amoroso me fazem refletir e quero compartilhar algumas desses devaneios com todos vocês.

Todos tem o total direito de não concordar, porém jamais me tirarão o mérito de dizer.

Primeiro, o processo eleitoral do país só me choca. Ouvir um depravado mental dizer que José Serra tem propostas, ou que Dilma Rousseff representa a mudança me fez me sentir um grande penico. Será que estou sozinho nesse mundo onde bonecos de plástico aparecem em telas em preto e branco e você, por uma fajuta honraria democrática tem que decidir o que é menos pior para a terra que você ama? 

Minha vida profissional também me fez repensar muita coisa. Sou muito bom às vezes para fazer uma coisa tão trivial. Porém não me sinto financeiramente motivado a me esforçar e me dedicar. Amo a comunidade que sirvo, mas preciso estar excitado a levar o maior prazer à ela. Será que está na hora de fugir?

Sinto meu corpo pulsar. Pulsar em busca de outro que me complete. Só na cama? Ou também na pilha de louça suja? Quero amar ou só desepejar um gozo que me deprimirá na manhã seguinte?

Pessoas. Quanto mais melhor? É importante estar em todas as rodas e voltar para casa sozinho ou sair sozinho e voltar para seu canto com a riqueza e o encanto do peculiar.

Devo acreditar na minha arte? Se é que tenho alguma.

Não temer mais o amor, ou a falta dele. Falo desse amor umbilical. Tipo de mãe para filho. Segundo li em algum lugar o amor é inseparável, é o sentimento mais nobre, é o nó que liga o homem à irracionalidade. Mas se tão soberano, por que temer estar sem ele?

Você prioriza o quê? Seus interesses ou o interesse do coletivo? É melhor eu ir com a camisa azul ou uma regata? Por que tanta trivialidade, burocracia e misticismo nesse mundo?


Descobri que Deus existe. Aliás, reafirmei uma verdade máxima. Pode ser Alá, Jeová, Buda, Inri Cristo, Britney Spears. Não interessa o nome, Ele existe até para quem não acredita que ele exista. A questão está em: será que o teu Deus é tão limitado que se importaria em te dar um abraço quando você erra? Beber uma cerveja e ouvir os teus problemas? Colocar uma comédia papelão para tirar um sorriso de um filho amado?


Peço solenes desculpas àqueles que achavam que as impressões prometidas nesse texto trariam verdades ou até conselhos. O melhor amigo não é aquele que lhe dá as respostas certas, mas o que faz as perguntas mais constrangedoras. 


Sou sábio o bastante que existem zilhões de problemas nesse planeta, com a nossa arte, com a nossa razão social, com a distribuição de papéis nesse mundo. Mas enquanto não nos engajarmos a observar e formular as perguntas coerentes não conquistaremos o desenvolvimento. Isso mesmo, como naquele comercial do Canal Futura. Mas a vida não é a emblemática questão dessa propaganda. Existir é mais complexo e a consequência do que fazemos dura 30 segundos, e mais 30 segundos, e mais 30 segundos...


Espero, do fundo do meu coração, que esse texto psicodélico e essas impressões tumultuosas tenham te deixado inquieto. O homem se faz mais interessante neste estado.


C'est fini!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Superpoderes podem dar segunda chance a seres humanos

Guardamos da infância o ideal de sermos úteis para a sociedade sob qualquer aspecto. Deveria ser direito garantido para as crianças a presença de um exemplo a ser seguido em sua família. Mas diante de fatos intrigantes como o pai que deixou o filho de 1 ano e 11 meses ter um coma alcoólico e da mãe que permitiu que a filha de 4 anos fumasse maconha fica mais difícil para a infância de hoje um reflexo para suas atitudes futuras, que devem transformar a nossa realidade.

'The Real Life Super Heroes Project
Na carência de ícones elas procuram os super-heróis. Homens e mulheres com superpoderes que vestem roupas de borracha, vencem vilões de outro planeta e conquistam um parceiro sexualmente atraente. Mas o que faz eles quererem esse posto? Por que não usar seus poderes e dominar o mundo? Por que não ficar no seu canto sem arriscar a pele para defender um dessemelhante?

Podemos encontrar o elo entre eles nos seus passados difíceis de abandono e incompreensão. Peter Benjamin Parker, o homem por trás das teias que combatem o mal em Nova Iorque ficou órfão muito cedo, sofreu bullying e se sente responsável pela morte brutal do tio que lhe criou. Kal-El foi mandado embora de seu planeta antes de uma explosão que extinguiu sua raça, na Terra foi adotado e denominado Clark Kent, viveu por toda sua vida com a responsabilidade de manter uma dupla personalidade. Além do mais, virou jornalista, fato que não deve lhe trazer grandes recordações. James Logan Howlett era uma criança frágil e com garras. Matou o padrasto, foi expulso de casa pela mãe, virou uma arma letal do exército e participou de experiência que trocou seus ossos por um esqueleto indestrutível de metal. Com uma sede de fúria entrou numa escola de apoio a jovens mutantes e ficou conhecido como Wolverine. Podemos dizer que para ser um super-herói são necessárias péssimas histórias para contar e, principalmente, usar a adversidade como batente para se tornar um cidadão atuante.

E assim, um grupo de jovens (nem tão jovens assim) vem saindo às ruas do Canadá e Estados Unidos a fim de solucionar problemas das pessoas mais frágeis da sociedade. Eles literalmente vestem fantasias e saem por aí defendendo as pessoas excluídas. Enfrentam a criminalidade, a promiscuidade das vias e se tornaram uma verdadeira legião de super-heróis modernos.

Thanatos
Juntos formaram a The Real Life Super Hero Project, uma liga de pessoas comuns que vestem fantasias para ajudar moradores de ruas. Mesmo sem poderes especiais eles livram essas pessoas do esquecimento levando serviços básicos como água e comida, chegando a enfrentar verdadeiros vilões pelo bem dessas pessoas. Thanatos, que usa um sobretudo preto, chapéu e máscara verde já enfrentou traficantes de drogas. “Ele colocou uma arma no meu estômago, eu estava com colete à prova de balas, então o desarmei”, disse em entrevista à Folha.

Em Nova Iorque quem chama a atenção é Dark Guardian, (ou Life para os íntimos) de 26 anos. Professor de artes marciais, foi abusado pelo pai quando criança. Hoje livra os mendigos de ataques de gangues. “Quis ser um exemplo para os outros, como os personagens dos quadrinhos”, contou.

Dark Guardian ou Life
A “liga” ficou mais famosa quando o consagrado fotógrafo Peter Tangen, responsável pelos pôsteres de “Homem-Aranha” e “Batman Begins”,  os homenageou com retratos dignos dos grandes personagens dos quadrinhos.

Apesar de ser um movimento pequeno, o Real Life Super Hero ganha diversos admiradores. Eu, por exemplo. Os governos pedem cautela e orientam a população a nunca fazer justiça com as próprias mãos, mas é muito bom ver seres humanos comuns em busca do prol coletivo, mesmo que pareça devaneio de uma mente infantilizada. Eles colocam a mão na massa e não ficam apenas atrás de um computador achando que o mundo é ruim por isso ou por aquilo sempre tendo seus interesses pessoais à frente de qualquer outra coisa.

Não é preciso vestir uma capa preta, colocar uma máscara ou vestir um decote para ser um super-heróis. Você mesmo pode se tornar um com seu jeans surrado e uma camisa branca sem sal. Basta que você se sinta importante e mostre sua importância a quem precisa dela gratuitamente. Se agirmos mais do que falarmos, sem buscar recompensas, vamos deixar este mundo com a mente tranqüila de que servimos para algo. E se achar útil já é algo muito importante para a juventude pós-moderna.

Somos experts em apontar problemas sem solução. Culpamos a família, a falta de dinheiro, de oportunidades, a sociedade em que vivemos. Apenas culpamos. E perdemos um raro tempo com lamúrias deixando, portanto, de concretizar mudanças. O poder pode ser nosso sim, basta ver o que há por trás do espelho de Ícaro, que nunca foi um super-herói.

Conheça o trabalho do Real Life Super Heroes clicando neste link.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

“Se quiser me amar sofra” (SAFADÃO, Wesley)

Wesley Oliveira da Silva nasceu em 06 de setembro de 1988, mais que um ano mais novo do quem vos fala, nem por isso esse moço intrépido perdeu tempo e já aprontou tantas para a nossa valorosa arte que mereceu um pequeno perfil neste amoroso blog.
 
Wesley Safadão, vulgarmente conhecido, nada mais nada menos é do que o vocalista e líder da mega banda estourada Garota Safada, que foi destaque esses dias no pai Faustão. Não há uma roda de cafuçus que não toque coisas como “abre o paredão” e, assim como Lady Gaga, Wesley se transformou num mito da baixa renda.
Muuuuuuuuito safadão...!
 

O que levou o menino cabeludo a se tornar um astro do forró de plástico é realmente um mistério. Dizem as más línguas (principalmente de @AlineGodinha) que foi sua mãe que criou uma banda e o colocou para ser vocalista. Assim como o Sarney sempre faz, nenhuma novidade até aí. O pseudônimo surgiu justamente desse contexto, Garota Safada expressa o sentimento das cachorronas da beira do palco encantadas com o remexido dos cabelos de Wesley, por isso nada mais justo que um Safadão para tornar a obra prima.
 
Corre boatos que Safadão na verdade é Safadinha. Mas como existem menos evidências que o Luan Santana muita gente acha melhor não interferir no lado B do menino. Wesley também dita moda entre os forrozeiros. Por acharem que as mulheres adoram o “estilo desmantelado” do jovem, centenas de homens do interior e capital do nordeste compram carros e instalam sons nos mesmos. Depois convidam dois ou três amigos, cada uma com uma lata de Skol na mão, e dançam com os braços arqueados.
 
As mulheres piram com a dança de Wesley Safadão (algumas delas ficam doidas mesmo com as dançarinas, o que faz a Garota Safada ser point GLS). Quando Mara Pavaneli compunha o elenco fixo da banda isso era ainda mais latente.
 
A calça apertada, a blusa quadriculada, o dançar esquisito. Nenhuma marca de Wesley supera seu longilíneo cabelo. Alisado diariamente com uma boa chapinha japonesa. Safadão deve ter cuidado com bichas más que roubam cabelos atrás do cemitério, porque isso desperta muita inveja. Porém, em entrevista recente a repórter @MarinhoClara, Wesley prometeu aderir aos cachos brevemente.
 
Poderia ficar por aqui e escrever mais centenas de parágrafos, porém sei que vocês não merecem essa tortura. Esse post é dedicado, principalmente, aos queridos leitores do eixo Sul-Sudeste, para que quando eles verem surgir algo parecido com Wesley Safadão procurem a primeira pedra solta e joguem, sem pestanejar. O recado foi dado. Para vocês que querem se aprofundar na vida e obra de Wesley Safadão deixo alguns ensinamentos do ícone da popular eletronic music  of Ceará colhidos no, até hoje, site de muita inspiração, O Pensador:
 
“Se é pra beber ‘nóis bebe, se é pra comer ‘nóis come, mas se for pra trabalhar... ‘nóis para, senta e espera a vontade passar!!”
 
“A camisinha estourou pra ‘mim nascer e eu nasci pra estourar...!”
 
“Amor só de mãe, paixão só de Cristo, quem quiser me amar SOFRA”
 
“Aperte o F5 e se atualize...”
 
“Sou igual a vidro, se me jogar no chão eu quebro mas se me pisar eu corto”
 
“Eu não ‘tô no Big Brother mas estou em todos os paredões”
 
“se é pra beber eu bebo, se é pra chorar eu choro, se é pra ligar eu não ligo, mas se ela ligar eu atendo!”
 
“Só morre de amor quem é LISO por que quem tem Dinheiro Morre é de RESSACA!”

“Se rapariga fosse dinheiro meu bolso era um cabaré!”
 
“PREFIRO SER CORNO 1000 VEZES DE QUE PASSAR UM DIA LISO”
 
“Liso aqui só meus cabelos!”
 
“Se rapariga fosse flor eu morava num jardim...”
 
“As melhores são as brasileiras, mas eu gosto mesmo é de tchecas”
 
O pior de tudo isso é que tem gente que propaga como se fosse o grito do Ipiranga. Aí eu tremo!
 
Relate o que achou deste novo aprendizado? Comente este post!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu fico puto!

Esse texto não foi inspirado naquele famoso stand up comedy.

 
Eu fico puto. Fico puto logo pela manhã quando a voz rouca da minha mãe me acorda com quatro batidas na porta de madeira: ‘Já acordou? Eu fico puto quando olho para a cara da minha irmã e ela com aquele sorriso maroto de aparelho me pergunta se não quero voltar para casa de mototaxi no final do expediente. Fico puto quando meus óculos estão embaçados e a flanela dele imunda. 

Fico puto quando saio de bike e a corrente cai. Fico puto quando o carro da propaganda eleitoral quase me atropela e não abaixa o terrível jingle num gênero musical duvidoso. Fico puto quando meu candidato perde um ponto nas pesquisas.

Fico puto quando meu patrão me olha e diz: ‘Você sabe que aquela coisa óbvia que todo mundo sabe aconteceu? Sim. E por que não colocou no site? ¬¬ Fico puto quando desacreditam a minha pauta e a resolução da foto é 2560 x 1280.

Fico puto quando o sol irradia meus olhos sensíveis e no Twitter fazem uma brincadeira que não entendo. Fico puto quando chego em casa e encontro uma quentinha com cuscuz seco e carne frita. Fico puto com aquela salada de batata doce com maionese. Fico puto quando o Globo Esporte acaba e Sandra não está no Jornal Hoje. Fico puto quando me tiram do meu sono de beleza vespertino.

Fico puto quando não entendo o capítulo e quando a meu computador auto-reinicia. Fico puto quando os alunos da minha mãe tiram a paciência dela e ela grita. Fico puto com o filme desgraçado da Sessão da Tarde. Fico puto quando minha irmã liga e pede para eu ir buscá-la imediatamente, daí espero vinte minutos até ela se dar o luxo de sair.

Fico puto quando minha mãe não aceita eu ir para a academia a pé. Fico puto quando no caminho da academia cumprimento uma pessoa com outro nome e ela me corrige. Logo depois, fico puto quando a pilha do meu Mp3 velhão descarrega.  Fico puto quando chego na academia e vejo ela. Fico puto por que sei que mesmo inventando a mais genial cantada a resposta sempre será não.

Fico puto quando ocupam o aparelho que eu ia usar e quando o relógio da ergométrica não avança. Fico puto quando a mulher da academia cobra uma denúncia que fez à rádio. Fico puto quando falam mal do último episódio de Glee.

Fico puto quando perco uma reportagem do Jornal Nacional. Fico puto quando vejo a outra reportagem do Jornal Nacional. Fico puto quando não tenho dinheiro para sair com os amigos. Fico puto quando a cerveja está quente e eu estou por fora do papo. Fico puto quando o Palmeiras perde, e do lanterna do campeonato. Fico puto quando não me compreendem. Fico puto quando dizem que minha bebedeira faz mal aos outros. Fico puto quando chega a hora de voltar para casa.

Minha essência, assim como a de todos vocês é de ficar puto na maioria das vezes. Que bom! Porque os instantes que estão no intervalo de cada uma dessas indignações são aqueles incondicionalmente felizes. São eles que me fazem descer do salto, bater no peito e gritar feito Weissmuller: - Eu sou um homem! Estou aqui para viver, para errar, me divertir e me aborrecer. Esses momentos me fazem olhar para os céus e agradecer por cada um dos ossos e músculos que Ele me deu. As dores que carrego são o alento do prazer que sentirei posteriormente.

“É preciso primeiro encontrar, depois cortar, para chegar à carne nua da emoção”. Claude Debussy

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Valsa das estrelas


Ela era pura. Brilhante. Uma promissora musicista em início de carreira. As professoras da aula de violino sempre a consideraram um talento nato e a lapidaram precisamente como um diamante para que ela chegasse àquele momento. 

Não se fazendo rogada mandou reproduzir um dos mais belos trajes já vistos na sua província fria. Modelo copiado de um princesa de outro país. Chamava a atenção os detalhes de cristais no pano branco, que destacavam ainda mais sua virginal tez. 

O salão estava abarrotado da mais nobre fidalguia daquele lugar mediano. Os homens usavam ternos comuns para a época, as damas se debruçavam sobre seus largos ombros em busca de casamento. Nem aquele mais esquecido ficava à toa numa cerimônia como aquela. Porém, todas as meninas desejaram por um minuto ser ela, que entrou triunfante para tocar a canção dos noivos.

Já ele sempre passou despercebido. Encarando a todos com os olhos para o chão. Era incomum ser estranho naquela época. Recluso e observador amava a arte neoclássica. Apaixonou-se pela forma muito cedo, vendo sua mãe viúva crescer como mulher através dos pincéis. Como todos se admirou da beleza da violinista e sonhou viver mil e uma noites de paixão nos braços daquela deusa. Sua estrela!
Com muita delicadeza, ela puxou seu instrumento e apeteceu os paladares com "Sunday Morning" de Tchaikovsky. Após o último acorde, sorriu para alguém especial. Magnifíca como sempre arrancou aplausos dos presentes e com um gesto humilde agradeceu e se reitrou. Aquele não era seu lugar, apesar de que o irmão da noiva a convidou para ser sua acompanhante. Só famílias muito nobres poderiam conceber tal evento. Ela rejeitou. Seus encantos já tinham um dono, que dinheiro nenhum poderia torná-lo mais brilhante.

A linda musicista e o estranho observador velavam um romance escondido desde a infância. Talvez apenas os dois poderiam se completar nessa vida. Deixaram o salão nobre e foram para o alto de uma serra, cantar às estrelas. Amaram-se. Despertaram e se amaram novamente. Nada poderia ser perfeito.
Com os olhos marejados, ele fez juras de amor eterno à sua musa. Pensou em lindos passeios, em retratá-la em suas obras. Prometeu filhos e bonança, depois de uma longa vida sofrida. Foi-se.



Na manhã seguinte, ela foi acordada mais cedo com o barulho da porta. Era sua gorda e generosa mãe. Ela trazia flores. Os noivos a agradeciam pela impecável trilha, mas lamentavam sua saída precoce do baile. Na outra mão, trazia um terço. Um automóvel, recente naquelas terras havia atingido fatalmente o namoradinho. O impacto o fez tomar rumo contrário e ascender ao céu. Seu Davi havia partido.
Sem pestanejar ela pegou o vestido branco, com cristais. Seu instrumento preferido e subiu a serra onde vivera a noite mais intensa de sua vida. Lá tocou a mesma "Sunday Morning" da noite passada, olhando para o céus como se seu público fossem as estrelas. Era dia pleno, ela nem se importava.

E assim fez durante os demais 46 anos de sua vida. Todas as manhãs, vestia a mesma roupa acinzentada do tempo, pegava o violino (mantido em perfeito estado pela família) e corria para a serra, se apresentar para as estrelas. O mesmo ritual se repetiu durante esses longos anos. Tão enfática, não se importou com sua cara enrugada, seus dentes que lhe faltavam, muito menos com seus poucos cabelos. Quando estava ali sorria como na juventude e valsava como uma delirante embriagada de felicidades depois de um dos bailinhos da cidade.

Gerações se divertiram com ela durante esse tempo. Moleques atiravam pedras. Meninas moças tinham medo de cruzar com ela. Nada tinha importância. Naquele estado ela era feliz, pois tocava para seu público mais querido.

O ritual se repetia à mesma hora, todos os dias. Até que num 22 de março, quando tentou puxar uma nota da parte mais tensa da música representativa, perdeu o compasso. Atrapalhou-se e errou. Parou por alguns instantes como se estivesse diante do breu. Olhou inquieta para o céu. Percebia que as estrelas riam dela. Seu público fiel já não se importava com sua arte. A musicista estava ultrapassada. Pela primeira vez, desde a morte de seu amor, ela chorou. Depois da terceira lágrima, respirou fundo e se jogou do alto da serra.


"Ismália?! Ora dizeis ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!"

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A russa de saltos altos

Não importa se ela é polonesa ou russa, o legal é que deixa em quem a experimenta uma nova realidade, um novo ímpeto, uma “sobriedade” adquirida. Essa frase poderia ter sido escrita e imortalizada por qualquer Czar de barbas longas, mas caiu para um mulatinho sem-vergonha do Brasil, terra da “cana brava”, tentar fazer dela algo relevante.


Ninguém sabe dizer objetivamente quando a Vodka foi inventada. Provavelmente por ter tomado mais de um copo na ocasião, porém o que se sabe é que ela ganhou o gosto popular. Por muito tempo para mim ela expressava a cara feia dos russos quando pronunciavam o nome de suas mulheres gordas e com toucas de orelheiras na cabeça. Mas, graças ao impagável Boris Yeltsin a Vodka se tornou um pouco mais amistosa.



Cevada, milho, trigo, centeio, ervas e até figos ou batatas podem servir de base para o nascimento de uma boa Vodka, o que demonstra sua sutil capacidade de se adaptar. Em seu salto alto pode aguçar o paladar de qualquer cavalheiro mal intencionado. Varia seu percentual alcoólico entre 35% e 60%, dependendo da intensidade empregada.

Ela poderia ser nobre, se tornar um uísque se fosse fermentada à baixas temperaturas. Porém, ela não se conforma com o frio e ao ser esquentada vira uma verdadeira vadia nas mãos do proletariado.

Ah! Doce mulher que envolve no primeiro abraço. Ah! Demoníaca fêmea que não sai do teu corpo após uma longa noite de amor.

Um café com a Balalaika. Às 9, motel com a Cristal. Um poema com a Gdansk às 11. Passeio com a Kamarada depois. Uma prece com a Layka depois do almoço. Uma jura para Natasha de amor eterno. Um vestido para Orloff e uma sombra com Osobaya. Baile com Paloff às 7. Um filme com a Polanski, às 10. Cair na balada com Rajska, beijar sua irmã gêmea Rajska Lemon. Um papo transcendental com Smirnoff. Ir aos céus com a Sputnik. Mais motel com Stefanof e dormir com uma boa Taiga. Até que Zvonka me coloque no meu lugar e me faça viver tudo novamente.

Quem bem me conhece sabe que eu já não bebo mais tanta Vodka. Talvez por já tê-la amado demais e ela sempre ter me jogado nas mais profundas sarjetas. Um infantil copo de refrigerante de laranja já me causa náuseas e me traz a recordação dessa paixonite crônica. Mas mesmo assim, não esqueço o ensinamento que um velho eu-lírico me proferiu uma vez numa mesa de um bar vermelho.

"As mulheres são Vodkas. Boas ou más. Apesar de abandoná-las jamais sairão das nossas almas".

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um conselho para Luan Santana

Não foi só a Cláudia Leitte que sonhou desde pequena em ser a mais famosa do Brasil. Por mais que não queiramos o estrelato, a mídia, os flashes e a capa da "Vida Alheia" guardamos aquela fisgadinha maliciosa de estarmos à frente no que fazemos. Mas colocar nossa tez à tapa e julgamento de milhões de pessoas é muito complicado, principalmente quando não se tem à frente uma boa assessoria de imprensa. E às vezes aquela pessoas "mais brega do mundo" que te incomoda só em ouvir o nome precise apenas de um bom conselho para mudar.


Toda essa explicação é apenas uma abertura deste novo post, que desta vez aparece como uma inflamada flecha em direção ao alvo vermelho. Esse texto é direcionado a um rapazinho que anda fazendo um enorme sucesso no Brasil, mas anda se complicando muito quando o contexto é comunicação. A ovelhinha desgarrada é o ídolo pop-country Luan Santana. A probabilidade do próprio ler esse texto é mínima. Mas ninguém poderá um dia me chamar de omisso, e isso é bem importante.


Luanzito anda se enrolado em sites de fofoca, capas de revistas e conversas de mesa de bar por conta de uma série de boatos que dão conta de que ele "monta na lambreta". Questionar a sexualidade do astro é tão comum quanto pesquisa eleitoral, fraude na Receita Federal e perguntar o que diabos o Gerson vê naquele computador.


Diversas gafes e declarações feitas por Luan colaboraram para que os boatos ganhassem mais espaço e chegar a um passo de se tornar uma verdade absoluta. Mas não se preocupe "Meteoro da Paixão", seus problemas acabaram, você precisa de nada mais nada menos que um bom ASSESSOR DE IMPRENSA!


E aqui estou eu para oferecer os meus serviços. Está aberta a campanha "Moderador para Assessor!".


Adiantando um pouco o serviço, já posso dar algumas dicas ao broto Luan Santana.


1º Use as palavras, elas servem ainda - Luan não sabe se expressar. Não fala uma frase sem soltar uma gíria ou baixar a cabeça. Assim amigo, ninguém vai dar a mínima para o que você está dizendo, muito menos entender. E, num extremo esforço, se entender não acreditará.


2º Até Wanessa tem classe - Nada de declarações extremas como "eu era o pegador do colégio" ou "eu gosto é de mulher". Se você gosta mesmo não precisa ficar dizendo isso. Macho que é macho não precisa ficar falando que seu órgão sexual é maior do que o do outro para poder evidenciar isso. Sabemos que o TV Fama é enfático e sempre pergunta por isso. Melhor dizer "sou um artista, não falo da minha vida pessoal".


3º Não contrate modelos, gente de verdade sai de graça - Tem tanta gatinha que está na tua Luan. Você não precisa pagar uma modelo para te acompanhar. Arranja uma amiga bonita e leva ela para jantar. Todos os fotógrafos irão adorar investigar a identidade dela, você economiza e (se seu lance for outro mesmo) poderão compartilhar as preferências do sexo masculino.



4º Nunca fotografe no espelho - Mate-me, mas jamais me fotografe refletido no espelho. E mostrando a câmera de 12x de R$ 29,90. E ao lado de um amigo suspeito fazendo um chifrino com a mão. Com a cabeça pensa. Dentro de um quarto. Isso não te ajuda em nada Luan. Outra coisa, apague os registros de conversas no Msn. Você sabe onde isso dá.


5º Engaje-se na sua carreira - Quando alguém te perguntar "o que você veio fazer aqui?" faça com que as suas respostas sejam sempre em torno da exposição da sua arte. Você valorizará seu passe e venderá ainda mais CD's. Maria Gadu ouviu meus conselhos e veja onde ela está. Cantando "Rapte-me Camaleoa" com Caetano.


Última regra básica - Mande as fãs se lixarem. Nada de satisfações para elas. Cuidem de tirar uma nota boa no ENEM e pronto. Você só precisa delas para vender discos e elas de você para tirar fotos.


Luan, essas são algumas dicas básicas para "meu filho" não ficar se passando por aí. Motivo de chacota constante. Sabe, até que eu vou com a tua cara menino e sei que a culpa disso não é sua e esse problema deixa você muito triste. Tu tens 19 anos e, eu nessa idade, só queria saber de me divertir. Digo isso de coração aberto. Caso precise de outras tantas orientações valiosas de um bom assessor de imprensa é só deixar um comentário com o contato que penso na proposta. Quem também quiser mandar uma força pro "Menino da Porteira New Age" use esse espaço sempre para se expressar.


'Força Gurizinho! Estou contigo!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

As oblíquas e prazerosas curvas do desejo


O amor e o desejo. Paradoxos tão vivos na mente de muitos. Já foi bem reproduzido no livro do Arnaldo Jabor que deu origem a música interpretada por Rita Lee. O amor, ser endeusado e que vive em cima de uma nuvem no cantinho do céu. O desejo, o promíscuo sentimento servido como um foundie nas profundezas do inferno. Maldita mania de segregação dos seres humanos.


Caindo em si percebo que os dois não podem caminhar separados. Não podem. Seria mentiroso ao dizer que pretendo amar e jamais ver minha cama pegando fogo. Sentir ciúmes. Chorar e bater na parede de raiva por um momento de desentendimento. E, no fim, correr para os braços do amor em busca de reconciliação, resolvida em ardente noite de luxúria. Quem não sente um friozinho tímido na barriga ao imaginar essa cena.

Quem também não quer ser desejado? Perseguido? Odiado por não corresponder? 



Vivemos em função do desejo eterno. De nos sentirmos vivos diante de parceiros amorosos em potencial. Por isso nos guardamos e nos cuidamos para prolongar o quanto mais nossa juventude. Saúde? Todos correm para as academias para ficarem desejáveis.

Força nos braços para não deixar a fêmea fugir. Peitos musculosos para a fêmea se sentir acalentada. Glúteos sensuais para o singelo movimento da dança da conquista. Assim funciona o jogo. O suor desce e o desejo se expande.

A sedução surge no olhar. Um olhar safado, nunca acolhedor. O impacto de uma boa encarada, um movimento de lábios esboçando um sorriso sem vergonha, um toque. Essa é a física.

A química está no cheiro da mulher desejada. No suor que desce pelas costas do rapaz. E essa troca nos contenta, faz com que caiamos num redemoinho de dúvidas até que chega o outro momento, o outro e o outro. Quando percebemos, estamos completamente entregues.

Encontros são aguardados. Sorrisos compartilhados. Bobagens faladas. Tudo esquecido no primeiro suculento beijo. Tão aguardado. Tão nervoso. Mas que tira um peso de suas costas ao sentir que o objeto de conquista agora está nos seus braços.

Tudo é mais bonito. Você quer vê-la a qualquer hora. Quebra sua rotina. Falta aos compromissos. Passa até a usar o relaxado celular com maior frequência. E tudo vai fluindo até aparecer um terceiro, que lhe impõe ciúme e lhe aquece a tentar reconquistar sua presa cada dia mais.

Você se faz presente. Oferece o que jamais poderia colocar em prova. E ama. Completamente ama. Até o dia em que ela acha que o outro vale bem mais a pena que você.

E você sofre. Despedaça-se sem piedade. E chora.

Entrega-se à primeira alma viva que aparece. Até pôr a vida inteira no lugar novamente. Para daí, começar tudo outra vez.

Taí o poder de renovação do ser humano.

Desejar, ser desejado e fazer com que isso nunca pare de acontecer. Esse é o tão falado "amor-próprio". Essa é a drenagem que mantém nossas velhas veias pulsarem. É isso que nos faz sentir ser homem ou mulher. 

"Para realmente amar uma mulher, para compreendê-la,
Você precisa conhecê-la profundamente por dentro.
Ouvir cada pensamento, ver cada sonho
E dar-lhe asas quando ela quiser voar.
Então, quando você se achar repousando,
Desamparado nos braços dela,
Você saberá que realmente ama uma mulher..."

sábado, 28 de agosto de 2010

Glee é um pedaço meu que ficou no passado

Joguem suas "raspadinhas"

Hoje foram divulgadas as fotos do elenco de Glee para a segunda temporada da série. Não cheguei a vir neste espaço falar da grata surpresa que tive com o seriado no ano de 2010. Aproveito a oportunidade para tratar deste assunto.


Posso não transparecer, mas sou muito diferente de todo o mundo. Desde muito pequeno demonstrei gostar de coisas muito particulares e que só eu mesmo entedia. Não, caro leitor! Você não está diante de um sadomasoquista, muito menos lendo o blog do Gerson. Simplesmente tinha meu próprio jeito de viver, minha brincadeiras malucas e meu silêncio como companheiro. Fui criado pela TV Cultura enquanto meus pais trabalhavam, vocês devem saber como é isso.


Minhas diferenças na personalidade me fazem ter uma absoluta sensibilidade pelo que me marca. Posso parecer diplomático e nunca desaprovar nada, mas isso é consequência da vida em sociedade. Eu sei sim detectar muito bem as coisas que me tocam o coração. E foi assim com Glee.


Jovens diferentes, engraçados, dramáticos e inquietos que só buscam minutos de felicidade naquilo que eles mais gostam de fazer. Brilhar! Eu adoro brilhar. Mas não tenho exercitado muito esse meu lado visto realidades que encontrei na faculdade.


Porém, quando vejo a superação que os personagens da série passam (seja o deficiente físico que sonha em dançar, a menina negra e gorda que sonha em ser Beyoncé) eu sinto que um dia posso chegar mais perto do que eu sempre sonhei.


Uma amiga (@rafinhalira) me disse uma vez que se tirarmos a parte musical de Glee o seriado seria como um outro qualquer. Concordo plenamente. Porém, a mágica em cada interpretação, o sentimento de estar em busca de ascensão e o melodrama de viver pequenos e bobos conflitos é fascinante. Tais questões me fazem aproximar da história daquelas personagens. E eu gosto muito disso.


Will Schuester (professor do coral) talvez seja um dos personagens mais parecidos comigo. Teve suas chances. Usou seu talento e brilhou. Mas, deixou isso que era tão importante para se tornar um ser humano comum. A maior bobagem que Schuester e eu fizemos.


Glee, acima das críticas da aspirante a Lindsay, Miley Cirrus, é um reencontro com o que há de mais puro e natural do ser humano. É o instinto de querer ter o seu lugar de destaque e ser feliz naquilo que ama fazer.


Eu indico. 


E encerro essa viagem com uma das canções que marcaram o New Directions (coral) na primeira temporada.


"Some will win, some will lose.
Some were born to sing the blues".


É isso!


P.S.: Quem quiser a primeira temporada é só me avisar que faço um DVD'zinho com carinho. O que é bom tem de ser reverberado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ele veio te pegar?

Sono. Quatro letras. Pigmentos de um estado, ou seria um sentimento? Não sei bem definir o que ele é, só sei que está para o autor desse texto como para o leitor do mesmo.

Os olhos pesam. A vista embaça. E o que nos resta é se entregar à ele como uma virgem de 17 anos. E os meus princípios, onde ficam?

Tolo aquele que resiste.

O sono é como uma ante-sala de uma clínica. A fase do temor diante o inesperado. De que adianta dormir se vou acordar. De que adianta acordar se vou ter que dormir novamente. E o sono reina como senhor absoluto para nos obrigar a fazer o que não queremos.

A falta dele nos gera doenças, insatisfação e flatulências. O excesso dele também.

Não adianta levantar e baixar a vista na rotação das novidades do Twitter. Não adianta se entreter no Msn com aquele brotinho desejado. Não adianta nada. Quando ele vem, ele fica até você desistir de si mesmo.

Independentes nos sentimos quando vencemos ele no prazer. Cansados quando o derrotamos no pesar. Tão dúbio e tão eminente.

Tão iminente!

Pois é, acabo de me tornar um último suspiro. Essas divagações foram como a última gota do alcoólatra.

É inevitável. Entregar-me-ei.

O meu está esperando na minha cama com seu agasalho marrom. Irresistível como sempre. Pois bem, não perderei mais tempo e me entregarei de corpo e alma ao sono.

domingo, 22 de agosto de 2010

"Hey, Jude!"

“Hey Jude, don’t make it bad”.  Quantas vezes não embalou minha vida com esse verso de John Lennon e Paul McCartney? Ontem seria mais um dia para reverberar essas palavrinhas mágicas e reconhecíveis por boa parte dos 6 bilhões de seres humanos deste planeta. Mas ontem era diferente. Ontem era especial.

Peguei a minha gata (Luciana), subi na minha motoca com meu casaco de couro e fui viver a vida que não vivi há 60 anos.



Promoção da Rádio Mais FM Educativa (meu trabalho) a banda Rubber Soul, que comprovou ser a maior cover dos Beatles, animou o público iguatuense sedento. Muito sedento.

Depois de uma magnífica abertura de Ricardo sentiu-se um calor estranho de aglomeração. Arrepios. Assobios. Uma ansiedade diferente para o público diferenciado que se propôs a curtir o evento. Todos ansiosos pelo melhor da música da alma.

“Take a sad song and make it better”. E assim transformamos nossa vida em algo bem melhor após o deleite sobre obras raras como “A Hard Day’s Night”, “Help!”, “Girl”, “All My Loving”, e por aí vai. Estava sim precisando cantar alto essas canções e exorcizar ainda mais os fantasmas recentes.

“Remember, to let her into your heart”. Lembrei sim de deixar a minha própria vida voltar ao meu coração. Sentir novamente que existo. Passamos a vida inteira costurando as individualidades alheias para viver em sociedade, que acabamos esquecendo o quanto nós somos bonitos e quanto precisamos talhar a nossa felicidade. Ontem senti meus amigos se dedicarem a mim em cada uma daquelas singelas canções tão famosas. Senti que dediquei com carinho aquelas palavras aos velhos amigos de sempre, aos novos amigos de agora e, principalmente, a qualquer desconhecido que ali estivesse sentindo aquela energia.

Pude conhecer uma pessoa que a muito esperava. Vanessa Vidal, uma garota que admiro e torço. Alguém que gostaria de ser pelo menos 2%.

“Then you can start, to make it better”. E assim, a noite foi terminada. Porque se dependesse de mim ela ainda estaria pulsando. Voltei para casa na minha lambreta com a sensação de que vivi um sonho. Um sonho que me fez viajar. Um sonho que me fez melhorar.

“Na na na na na na na na na na na, Hey Jude!”.