domingo, 31 de janeiro de 2010

Que bom que eles assistem “Crepúsculo”


A palavra preconceito (de maneira literal) nos mostra aquilo que julgamos de forma antecipada. O verdadeiro odeia jerimum sem nunca tê-lo provado. Infelizmente ninguém vive sem ser coberto pela extensa capa negra do preconceito. Por mais que existam campanhas intensas de que devemos olhar a todos como iguais, sempre há aquele pequeno pontinho que nos agradas nas atitudes e gostos dos nossos “semelhantes”.

Mas vamos ao que interessa. Influenciado por pensamentos e atitudes de um clã intelectual sempre achei um absurdo a galera teen viver naquela pilha de “Crepúsculo”. Idolatrando. Talvez também porque sempre achei a unanimidade burra. Porém tive a oportunidade de (mais ou menos uns dois anos atrasado) assistir à primeira parte da adaptação dos livros da escritora americana Stephenie Meyer. Juro que me impressionei e fiquei absurdamente feliz em ver a moçada, que já é tão desacreditada, estar consumindo esse tipo de arte.

Stephenie nem completou quarenta anos e já vendeu mais de 85 milhões de livros em todo o mundo. Talvez sua infância pacata na cidade de Phoenix serviu de espelho para construção da mocinha Bella. O ímpeto de seu irmão foi o mote para a construção de um “tímido” Jacob. Quem sabe a descoberta de um novo lugar como Provo, onde cursou Literatura Inglesa não serviu como pano de fundo para as verdadeiras mudanças de vida.

Contudo nada é mais fascinante e inquietante do que a construção de Edward. Longe de mim ter me rendido ao “encanto” de Robert Pattinson. Mas a desconstrução daquele mito sobre a figura dos vampiros nos remete ao ponto inicial dessa discussão. Por que somos tão avessos às diferenças? Por que o “herói” de Crepúsculo se espanta tanto quando sua amada não acha estranho seus modos? Por que temos que nos manter num “trono supremo da raça humana” e achar que a família que existe nos comerciais de margarina é a nossa meta de vida?

Diferentes não querem ser iguais. Diferentes querem apenas existir como eles próprios. 

Poucas vezes vi um personagem tão bem construído (aplausos para o jovem Pattinson, que com certeza ainda dará muito o que falar) e fico extremamente feliz por saber que milhões de jovens em todo mundo (apesar de às vezes nem entenderem todas essas questões envolvidas no dilema dos “new waves” vampiros) podem ter contato com esse tipo de referências. E desejo a todos eles que não deixem de comprar os exemplares da saga. A arte é uma das poucas metamorfoses independentes, que faz uma obra renascer sob várias circunstâncias com pequenas nuances ópticas.

Ansioso para ver “Lua Nova”!

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