Um pouco mais de um século e meio em suas paredes que são tão familiares. Alguém já disse que não existe melhor lugar que Paris. E eu concordo, mesmo sem ter cruzado o Atlântico. Concordo com o pensamento. Concordo no sentimento natural que torna certos espaços, até então desconhecidos, em sua própria casa.
Olhar a serração e os prédios ao fundo. Eles beiram o centro da cidade, mas já são tão próximos assim que você desce de um "Progresso". O asfalto estreito e bonito, nem parece mais as descrições que hoje fazem de ti. Mas os vejo ainda molhados, sobre a cinzenta e refrescante névoa que te toma no mês de junho.
Ladeiras e planícies, quem poderia dizer? És maior que o meu umbigo e guarda muitos dos meus tesouros. Hoje os dias são úmidos e o vento é forte, feito para balançar jangadas. Mas não te preocupes, minha menina, nada está errado e você mora no meu coração. Sei que não nos encontraremos na Praça da Bandeira para caminhar de mãos dadas até o Restaurante Popular em breve. Mas refaço os mesmos passos mentalmente até em um restaurante de luxo, onde me depositam à mesa suculentos camarões.
Apesar de atualmente estar em ótimas companhias, lá fiz bons amigos. Alguns deles se tornaram os melhores. Todos sentados nos bancos do Curso de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba. Destinos tolos entrelaçados no dia 22 de dezembro de 2004. Alguns estão grávidos, outros são pais, outros nem mudaram, mas existem e é o que importa.
Lembro de estar com eles no Parque do Povo, no Madrugão, no Tenebra, na Sappore, no Iguatemi, na Queen, na UFCG, no Teatro Municipal Severino Cabral, no SESC Centro e Açude Velho, no Açude Velho, na Reitoria, nas lojas do centro e no Banco do Brasil.
Na Prata, Bodocongó, Alto Branco, Cruzeiro, Catolé, Santa Rosa, Malvinas, na difusora do Centenário, no Spazzio... Pena que em lugar nenhum. Mas os caminhos nos levam aonde devemos chegar e hoje estou aqui. Com o coração cheio de saudade e alegria, por ter sentido o teu cheiro.
Não me canso de você e, pode escrever, habita meus sonhos, mesmo que raramente. Foi bom lembrar de você. Melhor ainda lembrar que me fiz homem contigo. Desvirginaste-me para o mundo, para as escolhas, para a minha própria cabeça.
Sorvemos ao mesmo tempo, separados por centenas de quilômetros, a taça da juventude eterna. "Cidade-Luz", Campina Grande.
sábado, 14 de janeiro de 2012
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