quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quem vai seguir a dieta da morte?!

A revista "Superinteressante", a mais consagrada pelo público entre os periódicos sobre ciências no Brasil, destacou os oito alimentos venenosos "que a gente ama comer". Completamente assustado fui correndo ver o que era, porque para "ex-gordinho" saborear nunca vai deixar de ser um prazer indispensável.

Na lista frutas e legumes, que geralmente não estão na dieta dos brasileiros, que trocam facilmente um copo de suco de cajá (meu predileto!) por um refrigerante borbulhante. Maçã, batata inglesa, cereja, puxa como tudo isso pode ser tão letal. Como serão os aniversários sem aquele toque vermelho sobre o calórico e adocicado bolo?

A matéria também destacou outras comidas que podem nos deixar "doidões" como os cogumelos e as amêndoas, mas não foi exatamente a lista que me inspirou a vir compartilhar este momento insólito. A reportagem deixou clara a máxima: tudo em excesso é perigoso! Por isso, para chegar ao (tão sonhado para alguns) óbito é preciso ir além do que o previsto. Transpor o absurdo e se entupir de caroço de maçã.

Na sociedade em que Adele é ícone não podemos simplesmente brincar. Ser deprimido, descuidado, e culpar tudo que está ao seu redor é tarefa simples para qualquer existência. Os excessos são comuns e plausíveis. É mesmo difícil viver neste mundo em que nada pertence a ninguém e que o poder de escolha sobre o que queremos da vida já nos foi retirado há séculos.

É doloroso, mas compreendo o quanto é irresistível passar horas em um drive thru de uma famosa marca de sanduíches, compras quibes, quiches e michês do que desperdiçar o mesmo tempo contemplando o mar; substituir a boa e velha "swingueira" e as trabalhadas letras de forró por um espetáculo teatral que ninguém entende nada mesmo, mas diz que foi a melhor peça que já viu; ou então, o cheiro das roupas e perfumes de marcas ao toque instantâneo de uma rosa recém-colhida.

Viver bem dá trabalho. E este não é um mundo feito para quem quer trabalho de verdade. O tempo é curto. A vida passa. E nós, onde ficamos?! Na maioria das vezes debruçados sobre amêndoas, maçãs e batatas fritas esperando que de repente a morte nos abrace.

Nenhum comentário:

Postar um comentário