sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Bomba: Artistas têm apartamentos funcionais em Brasília

“O homem é uma animal político”, assim falou Aristóteles numa das verdades mais absolutas da nossa humanidade. Chega dessa balela de que amamos o mundo e uns aos outros, ou que queremos ver o desenvolvimento... Chega dessa paranóia de bons moços! Nós somos políticos e ponto. Queremos ver o circo pegar fogo. Queremos conseguir vantagens. Queremos ver a nossa vontade sendo atendida.

Teatro de Brasília

O nobre homem da capital, proprietário de um conglomerado de empresas de confecção popular tem como prioridade um mundo igual? Não. Ele precisa de pessoas pobres para comprar os seus produtos. A manicure de vinte e cinco anos quer ver incentivo a outras jovens da periferia para se inserir na sua profissão? Não. O pai bêbado do botequim, que deixa mulher e três crianças em casa, quer o fim do assistencialismo pelo socialismo? Não.

E é assim que as coisas são.

Ser político, apesar de estar na nossa natureza é algo que deve ser desenvolvido como uma arte. Para se chegar à realização dos anseios de poder os “bons homens” que batem à porta de quatro em quatro anos precisam de um verdadeiro treinamento de guerrilha para suportar viver numa realidade que não é a sua, cercado de pessoas estranhas e com um afiado sorriso no rosto. Um ator nato. Que arrebata platéias de milhares de votos pelo país.

Pego-me vendo a baixaria de diversos “artistas” no guia eleitoral. Desfavorecendo e “chicoteando” a sua classe. Tão tolos. Por mais anos de palco que tenham, jamais conseguirão interpretar um papel tão difícil como é o do bom e velho político brasileiro.

Público aguarda nova apresentação

E o povo? O povo gosta. Gosta não, ama esse espetáculo a céu aberto e participa intensamente do arrastão. Discutem, rasgam-se, matam, morrem, xingam, por nada mais nada menos que interesse. Nem que seja o interesse de ver o “meu candidato” conseguir um voto a mais que o adversário.

E os artistas? Calam-se. Não como na ditadura. O que é pior.

E os palhaços? Calam-se. Assim como na ditadura. O que é pior ainda.

Mas assistamos ao fim desse pleito. E no final, aplaudamos de pé toda essa patota. Na verdade, é disso que a gente gosta!

A política desagrega mais que une.

O Brasil é um verdadeiro espelho do mundo, pois reflete o que vem de fora ao contrário.

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